Descrição:
Identidade e moda: uma reflexão clínica a partir do Real A partir do filme de Wim Wenders: Identidade de nós mesmos Aula ministrada em 9 de novembro de 2007
Apesar deste DVD ser a reprodução de uma aula, é na verdade uma palestra sobre o filme de curta metragem, de Wim Wenders, Identidade de nós mesmos (Notebook on cities and clothes), produzido por Roadmovies. Gilberto faz uma leitura deste filme que é sobre um estilista japonês de atuação internacional, Yohji Yamamoto. Quem quiser ver o filme sobre o qual esta aula-palestra se baseia, pode procurá-lo nas locadoras. O filme, tem duração de uma hora e meia e se compõe de uma entrevista com o estilista japonês em torno da questão do que vem a ser a nossa identidade. Tem legendas em português. Este filme originou-se de uma encomenda feita pelo Centre Georges Pompidou a Wim Wenders para que produzisse um curta metragem sobre moda, o que no início o assustou pois não era uma área com a qual tivesse familiaridade.
As falas iniciais do filme dão uma idéia da postura de Win Wenders ao fazê-lo: (...)“Identidade” de uma pessoa, de uma coisa, de um lugar. “Identidade”, só a palavra já me dá calafrios (...) A identidade está fora. Fora de moda. Exatamente. Então o que está na moda senão a própria moda? Por definição, a moda está sempre na moda. Identidade e moda seriam coisas contraditórias? (...) O mundo da moda? Estou interessado no mundo, não na moda. Mas talvez eu tivesse desprezado a moda rápido demais. Wim Wenders
Trecho inicial da aula de Gilberto Safra
Vejam que, a partir deste filme, nós temos a possibilidade de ter uma experiência de atravessar diferentes linguagens. Temos uma situação que é expressa por meio de tecidos, expressa por meio das imagens de Wim Wenders e agora nós vamos atravessar essas outras linguagens por meio do nosso diálogo, por meio da palavra. São travessias entre linguagens.
A razão pela qual eu analiso este filme é para termos a possibilidade de estar frente a alguém que está comunicando as questões mais fundamentais da sua vida. Desta forma temos uma experiência comum entre nós, a partir da qual podemos refletir sobre a questão do Real frente à vida de alguém. A minha perspectiva sempre tem sido trabalhar clinicamente frente a qualquer situação.
Quero dizer que a clínica para mim não é uma questão de consultório, mas é esta possibilidade de se estar desvelando a situação de uma pessoa em qualquer canto. Então, nessa perspectiva, discutir um filme é uma situação clínica..
Logo no início do filme, Wim Wenders explicita um certo mal-estar pelo fato de que ele tinha sido convidado a fazer um filme sobre moda, algo que até aquele momento não lhe interessava. Mas era uma tarefa que estava diante dele e o modo pelo qual ele inicia o trabalho é algo que vale a pena nos determos. Porque embora ele tivesse lá suas pré-concepções a respeito do que seria a moda, ele traz uma aproximação atenta àquilo que poderia se revelar no contato com o Yamamoto.
Este é um primeiro princípio fundamental: sempre que estamos diante de alguém, diante de uma situação com o objetivo de realmente poder apreendê-la na sua profundidade, ela demanda uma experiência de atenção. Atenção é dar um recuo, dar um passo atrás naquilo que constitui as suas próprias características, os seus próprios pensamentos, o seu modo de ser, para se abrir ao outro no tempo. Atenção é se por em abertura no tempo em direção a alguém e permitir que esse outro possa de fato nos afetar, nos visitar a fim de que as suas questões possam se desvelar.
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